O Fim do Efeito Sanfona no Emagrecimento
- Por Ganep Educação
- 17 de set. de 2018
- 2 min de leitura
O aumento da obesidade ocidental começou desde meados de 1970, paradoxalmente
à mesma época em que houve uma maior popularização das dietas. Em toda revista feminina
existia uma coluna sobre dietas, os médicos e clínicas surgiam com soluções milagrosas.
Nomes e comercialização de produtos light e emagrecedores ganharam espaço nas geladeiras
e no vocabulário de inúmeros homens e mulheres. Situação essa que persiste até os dias de
hoje.

O efeito sanfona decorre de alterações fisiológicas e/ou emocionais causadas pelas
dietas. Uma dessas consequências é o desenvolvimento de compulsão alimentar e
pensamentos obsessivos em relação à comida.
Evidências também mostram o aumento do risco cardiovascular em resposta ao efeito
sanfona e questões associadas que incluem hipertensão, aumento da gordura visceral,
alterações do tecido adiposo, dislipidemia e resistência à insulina (Montani et al., 2006).
Observa-se, portanto que grandes perdas de peso dificultam o controle interno de
fome, apetite e saciedade, pois o indivíduo deixa de seguir os seus instintos natos e passa a
seguir orientações impostas a ele pela dieta em questão.
Podemos concluir que dietas contribuem para o aumento do sobrepeso, obesidade, desregulam os sinais internos de fome, apetite e saciedade e podem causar episódios de exagero e compulsões alimentares. Uma das dificuldades mais comuns encontradas na prática de dietas é que elas não são sustentáveis em longo prazo e acabam não atuando na mudança de comportamento alimentar.
Entende-se por comportamento alimentar o conjunto de ações, pensamentos e
sentimentos que guiam as escolhas alimentares. Ao se prescrever uma dieta com um olhar
estritamente fisiológico na busca por adequação de um balanço energético (consumo
alimentar e nutricional), outras questões mais subjetivas da alimentação não são
contempladas, como aspectos emocionais, culturais, sociais, religiosos, dentre outros, que
imprimem tanta ou mais influências nas escolhas alimentares do que as questões nutricionais
(Alvarenga; Figueiredo; Timerman, 2015).
Para minimizar o efeito sanfona, deve-se levar em consideração todas as alterações fisiológicas e comportamentais que elas desencadeiam. A alternativa é o nutricionista realmente trabalhar
com a mudança de comportamento, se instrumentalizando das técnicas disponíveis para fazer
um o atendimento nutricional eficaz, considerando aspectos biopsicossociais do paciente e
estabelecendo junto com a ele metas graduais e atingíveis com mudanças na alimentação e no
estilo de vida (Foxcroft, 2013). Uma perda de peso efetiva e duradoura é realizada de forma
individualizada e personalizada a partir da mudança de comportamento e a busca por uma boa
relação com a comida e com o corpo.
Procure sempre um profissional Nutricionista!!!
Referências Bibliográficas
Alvarenga M, Figueiredo M, Timerman F. Nutrição Comportamental. São Paulo: Manole, 2015.
Foxcroft L. A tirania das dietas. São Paulo: Três Estrelas, 2013.
Montani JP, Viecelli AK, Prévot A, Dulloo AG. Weight cycling during growth and beyond as a
risk factor for later cardiovascular diseases: the 'repeated overshoot' theory. Int J Obes (Lond).
2006 Dec;30 Suppl 4:S58-66.









Comentários